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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PELA DEMOCRATIZAÇÃO DAS TRANSMISSÕES DE FUTEBOL




Às vezes existem dias que realmente da tudo errado, como foi o meu domingo, mas que nos levam uma revelação e constatação de algumas coisas erradas que norteiam este país. Em especialmente a mídia brasileira em relação ao futebol, produto midiático mais explorado pelos veículos de comunicação. Vamos ao caso!

Por si só o primeiro dia da semana é sempre depressivo para mim, já que no outro dia é segunda-feira é hora de voltar ao trabalho. Porém tem algo que me anima e muito no domingo que é o jogo do Internacional, e como eu espero por esse dia.

Passo a semana toda olhando os sites, vasculhando informações nos jornais, escuto o rádio, olhos os programas de televisão, sozinho quase que como um filosofo analiso possíveis escalações, esquemas de jogos e até jogadas ensaiadas. Ainda por cima acompanho o adversário e vejo quem é o nosso maior perigo diga-se o jogador mais perigoso, sou praticamente um olheiro colorado. Então chega o sábado e a ansiedade aumenta, as informações vão se afunilando a equipe vai se definindo e a hora se aproxima. O fatídico domingo chega, acordo por volta das 11h, já cantando o hit de sucesso que embalam as arquibancadas do Gigante da Beira-rio, “Inter, estaremos contigo, tu és minha paixão, não importam o que digam sempre levarei comigo, minha camisa vermelha e a cachaça na mão, o gigante me espera para começar a festa...”.

Visto minha camisa colorada branca novinha com o número 10 do D’lessandro, quando a Larissa, minha namorada, me avisa, “Thiago porque você não veste outra camisa e deixa essa para hora do jogo, esta muito quente e você pode suar”, penso um pouco concordo com ela então coloca a minha vermelha mesmo com o número 7 do Nilmar (que falta você faz...) e vou almoçar no restaurante do meu sogro. Esqueci-me de dizer, mas sou um gaúcho (de coração) nascido em Armazém - SC, criado em Porto Alegre, com a adolescência vivida em Florianópolis, que depois de jovem foi morar e trabalhar em São Luís do Maranhão e que permaneço na ilha do amor até hoje, ou seja, esse é um relato da saga de um colorado doente no nordeste.

De volta a onde parou, estou no restaurante do meu sogro e à hora se aproxima hoje o jogo é mais tarde, como acabou o horário de verão e em São Luís não tem, as partidas sempre começavam uma hora mais cedo agora com a volta ao horário normal não mais. O relógio marca 15h50 saio do restaurante as expressas, deixo a Larissa em casa, visto minha camisa branca do Inter número 10 do D’alessandro, meu boné branco e volto a cantar a musica que para mim é uma canção daqueles que estão longe, mas que de alguma forma se sentem perto “colorado, colorado nada vai nos separar (e não vai mesmo), somos todos teus seguidores para sempre eu vou te amar”. Nossa que animação!

Saio com o carro, no som o hino a todo volume passo no meio de milhares de vascaínos que esperam a final contra o Botafogo aos berros grito o orgulho de ser colorado, recebo uma severa vaia, mais a frente na mesma avenida são os palmeirenses que esperam o jogo contra o São Paulo, mais uma vaia. Dirijo-me a churrascaria Querência dos Pampas que fica no bairro da Cohama eu moro no Calhau a distância é de cerca de 15 km eu imagino, geralmente assisto os jogos nesta churrascaria, digo geralmente, porque o dono fecha o restaurante às 17h no domingo e se o jogo é depois desse horário, não existe outro lugar para assistir em São Luís, inacreditavelmente.
Eu morava com meus pais na capital maranhense, a onde tinha SKY com o PFC, porém eles foram embora, fiquei sem dinheiro para pagar o pey per view.

Dando continuidade a historia, imaginei que como era a semifinal do Campeonato Gaúcho certamente todos assistiríamos... Ao chegar tive a decepção logo de cara, o dono do Querência dos Pampas foi para casa e então fui conversar com o gerente e ele me deu a fatídica notícia que o restaurante fecharia. Logo fiquei revoltado, argumentei que não existia outro lugar para ver a partida, que era cliente assíduo do local e que quando justamente preciso daquele estabelecimento ele fecha as portas para mim, nada, mas nada sensibilizou o gerente, ainda liguei para a outra unidade do restaurante que ficava no bairro da Ponta D’areia, a resposta foi à mesma. Sai do local transtornado, tanta espera tanta angústia para ser despejado e ficar sem ver meu time que tanto admiro e cultivo a semana toda.

Novamente passei pelos palmeirenses e vascaínos, mas dessa vez os xingamentos e palavrões partiram da minha boca e foram bem sujos devido a minha revolta, pois aqueles torcedores assistiriam em poucos minutos suas equipes e eu não. Para aumentar ainda mais o meu desespero, na TV aberta só passava o jogo do Vasco contra o Botafogo, no Brasil é assim, quem não tem dinheiro para pagar canal fechado é obrigado a olhar o jogo do Flamengo ou de algum carioca. Pois a TV aberta priva as outras equipes de prospectar novos torcedores, pois a TV aberta que se julga “democrática” apenas nos permitem ver o fracassado futebol carioca. Ainda por cima fui para a internet certo que a TV Inter passaria o jogo, mesmo com os demorados carregamentos de paginas era uma solução, pasmem a TV do próprio Internacional apenas transmitiu o áudio, provavelmente por força de contratos de transmissão.

E por fim para arruinar totalmente meu domingo o Internacional perdeu para o Novo Hamburgo em casa e de virada com gols nos acréscimos do segundo tempo. Ninguem merece!

Independente do resultado a questão que fica, é essa super exposição que a Globo e a Bandeirantes dão para as equipes cariocas, a todo o momento é divulgado a torcida do Flamengo como a maior a mais bonita a mais apaixonada. Mas como não vai ser? Diariamente somos alimentados com cenas, fotos e flashes do rubro-negro carioca, somos aliciados e sofremos uma lavagem cerebral em favor das equipes cariocas e do Corinthians, diga-se de passagem. A torcida colorada é sem duvidas nenhuma a maior compositora de gritos de guerra, O “tema da vitoria” foi inventado pela torcida Guarda Popular e a torcida do Flamengo imitou e recebeu os méritos sendo constantemente repetida e tocada nos programas da Globo e da Sport (Canal a cabo de esportes da globo), “Minha Camisa Vermelha” que também foi imitada e hoje os rubros negros chamam de “meu mengo” e outro plágio que é escondido pela mídia, vale até um processo por copia indevida de autoria musical, plágio é crime.

Mas essa lavagem cerebral feita pela “indústria paulista - carioca cultural” dificilmente mudará, eu sem dinheiro para colocar o pey per view terei que me desdobrar e arranjar algumas confusões para pode assistir ao Internacional jogar em São Luís do Maranhão. A Globo vai continuar a exaltar o Flamengo os cariocas e o Corinthians, e nos galdérios fora dos pampas continuaremos nossa missão e dever de mostrar que o nosso colorado é o maior de todos independente da Globo achar ou não, porque nas nossas veias e nos nossos corações sempre pulsara um sangue vermelho, não azul, ou preto e branco, ou rubro negro, ou alvinegro, vermelho mesmo. Como diria Luis Fernando Veríssimo nos somos colorados é o colorado é único, não existe outro no mundo.

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